Sunday, December 31, 2006



Parafraseando o grande Jorge Ben, em "ave anjos angeli", espero que essas palavras estejam com a gente em 2007, em nossa cabeça, como um mantra do bem!

Feliz ano novo!

"Verdade
Amor
Sabedoria
Felicidade
Síntese
Clareza
Confiança
Abundância
Ação correta
Justiça
Renascimento
Beleza
Harmonia
Força
Vitória
Glória
Paz
Comunicação
e Alegria..."

Tuesday, December 26, 2006



Doce amiga, feliz aniversário! :)

Dia vinte e seis de dezembro, há alguns anos atrás você nasceu, feito um pingo de gente, completamente frágil e dependente de cuidado, de amor. Hoje, uma mulher linda, de personalidade peculiar, com um ar de sutil mistério, algo translúcido, não totalmente descoberto...Um toque de diva, de gotas de chuva, delicada como pétala e um cheiro de pétala em tua pele.
È curioso observar como o tempo passa e quanto mais passa, mais mudamos, e reconstruímos a nós mesmos, nossos conceitos e um bem outrora descoberto amadurece nessa troca chamada amizade.Ao longo desse tempo, pude ver algumas de suas mais belas cores mantidas em segredo, as cores aonde tua vida dança e se adorna, radiosamente a sorrir: E quantas vezes me fez sorrir com seus gracejos e bom humor de moleca, apaixonantemente inconseqüente e ao mesmo tempo doce...
Mais um ano termina e o próximo chega como incógnita, sem mostrar as cartas, mas que tais sejam leves, como cartas de amor, líricas em sua loucura, dos vãos dizeres e juras de felicidade.A felicidade vem e brevemente, afeiçoada como aquilo que nos fizer bem, se mostrando presente e tornando real aquilo que desejamos.
Um dia após o natal, é seu aniversário, e quisera eu poder estar perto para saudar-te hoje, mas em pensamento e alma esteja certa de que estou presente.
O melhor da vida te espera nessa nova etapa, e como uma folha em branco, você tem a liberdade de escrever nas páginas desse novo ano o que quiser.


Feliz aniversário!
Te guardo no coração

Thursday, December 21, 2006


Jovens corações; Erguei-vos, pois é natal!
Arranje uma vida em 2007


Faltam alguns dias para o natal, e já fiz meu pedido a Deus daquilo que quero, e que me faria feliz. Tem muito a ver com auto-estima, em se viver por si próprio e conseguir as coisas com paciência e dedicação. Independente da idade, todo mundo é aprendiz da vida, ora abraçando-a, ora tomando porrada, tropeçando, caindo e levantando: Segredo de felicidade? Acho que um dos pilares é luta, e determinação...O que vem fácil não dá tesão, não estimula, não tem aquele gosto de algo esperado há tempos e enfim conquistado.
Quando se é jovem, em alguns momentos a vida parece um monstrão, tipo aqueles de anime japonês, imenso, indomável, e o sonho de todo jovem é domar esse monstro, lhe pôr cabresto e fazer com que toda aquela força contra, se coloque a favor.

O calor nesse final de dezembro amassa as cabeças dos cariocas e pra cada coração infante, juvenil, jovem, um desejo de algo a mais, de pegar carona na calda do cometa. Bravos corações, cheios de força e pouca direção, desperdiçando energia com coisas que não levam a lugar algum e complacentes com as vagas que os esperam á margem da estrada: Diga nããããããõoooo... Mas ganhar e perder é de todo mundo, não apenas o perder ou só o ganhar. A felicidade é algo plausível a quem sonha e luta!
Que esse final de ano, aonde meu coração se enche de uma mágica alegria, seja um tempo de renovação, velas alçadas ao sabor de ventos amigos, e correntes tranquilas.

Uma das canções que mais gosto do Kotzen é “Get a life”. Simples, forte e clara como raios sol depois de dias de chuva...hoho (Puta musica legal, pra se ouvir no último volume...!!!). Um chute de ânimo nas idéias, porque coisas melhores apenas aparecerão se você tentar, ser teimoso nessa tentativa dizendo “não” às dificuldades, fantasmas e qualquer coisa que te impeça de voar. Salve Kotzen! Como é bom cantar junto com ele essa que é uma para aqueles momentos "up", felizes, por estar vivo e poder correr em direção ao que se deseja!

A todos os jovens de zero a cem anos, Feliz natal!



Get a life (Arranje uma vida)
Richie Kotzen


Você senta e assiste tv
eles te chamam de preguiçoso
Você diz que está procurando emprego mas ninguém quer te pagar
Você diz que ainda tem muito tempo, tem a recém idade de 23 anos
Você vive em casa e só precisa de uma ajudinha
Adie por um tempo, mas não esqueça
Arranje, arranje uma vida, se vire por conta própria... você consegue?
Arranje, arranje uma vida, e talvez algo melhor apareça quando você tentar
Você diz que não é do tipo trabalhor que segue rotina, nunca poderia aguentar isso
Você diz que poderia ter ido pra escola mas é muito complicado
Agora você já não tem mais tanto tempo, não tem mais 23 anos
Ainda está em casa e é demais
Adie por um tempo mas você está ficando velho
Arranje, arranje uma vida, se vire por conta própria... você consegue?
Arranje, arranje uma vida, e talvez algo melhor apareça quando você tentar...

Tuesday, December 19, 2006



Ao meu lado
(Inspirado em "Unforgetful you" - Jars of Clay)

Quando me faltam as palavras, me fogem as forças para continuar crendo, continuar sonhando, vejo que nada sou sem você ao meu lado. Como alguém que na ponta dos pés estende a mão e tenta alcançar uma estrela, o mundo me pesa nas costas e percebo que não sei o que o caminho adiante reserva para mim. Como quem olha um pequenino a engatinhar, Teu sorriso se abre e a tal estrelinha alcanças para mim, e me entregas nas mãos. Sempre vou pedir ombros mais fortes para carregar o que tiver que carregar, e sei que em nenhum momento deixou o meu lado nessa estrada, sempre presente, me ensinando a viver melhor em meio a lágrimas e sorrisos, em meio ao forte calor do dia e o orvalho que gela as noites. Refaça-me a força e me segure pela mão, porque a vida não é possível sem sua compania Independente de como eu Te chame, sei que posso contar contigo a todo momento, pois és inesquecível em minha alma e coração: Inesquecível você...




Unforgetful you
(Jars of Clay)


I never minded calling You a King
If that meant that I could count on You
To give me everythingI never thought to ask
YouI always thought
You knewIt was never my intention to question You

You never minded calling me a child
Well, I guess that's how I acted all the while
But You live through every tantrum,
You see through every lieThough they seem to be more commonI just wanted
You to know why oh why

Unforgetful You,
unforgetful
Unforgetful You,
so unforgetful

You never minded giving us the stars
Then showing us how blind and unaware of You we are
You painted me a picture and showed me how to see
Though I just won't behold itUnless it pertains to me...

Hoje eu quero chorar

Hoje eu quero chorar de alegria pela felicidade alheia, a felicidade da qual sou indigno e nunca me sorriu e muito menos me chorou
Hoje eu quero chorar pelas conquistas dos corações nobres, pela ação em prol do bem que foram feitas por terceiras mãos
Hoje eu quero chorar de alegria pelos bons cidadãos, de empregos dignos e presentes ao redor da árvore de natal
Hoje eu quero chorar de alegria pelo menino que lutou por quem amava e conquistou tal sonhado coração de mulher
Hoje eu quero chorar de alegria pelos homens humildes com sorrisos sinceros e puros tal luz de raríssimo diamante
Hoje eu quero chorar de alegria pela gargalhada cheia de prazer de todos meus amigos reunidos em outro país
Hoje eu quero chorar de alegria pelas vitórias do bem sobre o mal, mesmo que este seja brutal e cinzento como um céu de aço
Hoje eu quero chorar pelo fim que veio e deixou a eterna lembrança daqueles tão amados poetas
Hoje eu quero chorar de alegria pela aparição de um alguém manso em meio a uma multidão de bárbaros a caminho da guilhotina
Hoje eu quero chorar de alegria pelas mães que reencontram seus filhos depois de tempos separados
Hoje eu quero chorar de alegria pelos que choram com a alma, num depurar de lágrmas e sentimentos solitários
Hoje eu quero chorar de alegria pelos amores que perdi e que se aninharam em outros peitos acolhedores, esquecendo-me por completo
Hoje eu quero chorar de alegria pela beleza de ser um só, numa sala vazia, aonde se ouve as batidas do próprio coração
Hoje eu quero chorar de alegria pela loucura santa dos que cantam minhas graças, meus ardis, meu caminhar
Hoje eu quero chorar de alegria pelo não-saber dos ignorantes que os livra de sangrar de dia e de noite
Hoje eu quero chorar de alegria por ter lirismo para chorar, cinismo para doer, lua para adormecer
Hoje eu quero chorar de alegria pela brevidade do amor que renova perene e surreal
Hoje eu quero chorar...

Wednesday, December 13, 2006


Viver de amor


Mas o que será viver de amor? Eu não sei... Inevitável não lembrar de “Viver de amor” de Toninho Horta, canção presente em seu primeiro álbum intitulado “Terra dos pássaros” (1976). Será que o segredo a canção nos conta em seus acordes e melodias refinadas? Será que viver de amor é um sonho, um algo fora, sabe assim? Muito longe do alcance e do controle, algo inquantificável e perdido por entre romances e fábulas?

Mas oras, a realidade é outra rapaz, desde que mundo é mundo para nós, dinheiro é que se precisa para viver, então viver de amor está distante do nosso contexto.Sem contar os entraves que o amor tem que enfrentar para se manter vivo, como caso de um alguém que vai para longe a fim de conquistar um lugar ao sol e deixa um grande bem para trás, ou mesmo a ausência de um amigo confiável, que tenha a ver, entende? Não pode esquecer que a vida é competição, ou ao menos foi assim que aprendemos: Como você vai ter coragem de passar por cima de alguém que ama? Tudo separa, e o amor precisa de conjunto, comunhão, cumplicidade para existir; Acordar de manhã, enfrentar um ônibus lotado lhe mostra as diferenças, as cores são diferentes, as crenças, culturas são díspares, a quantidade de dinheiro no bolso é variável...Ops, viu? Olha o dinheiro novamente! Não adianta filosofar, ele sempre ganha, e o amor... Bem, o amor você pensa no que fazer dele...Porque eu mesmo não conseguiria te dar uma boa sugestão...

Opa, não é bem assim não meu hermano. Posso viver de amor, como queria ou deveria, dentro de mim, nos desvãos das lembranças doces da infância, na apaixonante surrealidade das utopias, nos versos do poeta – ‘...seja eterno enquanto dure, posto que é chama...” -, no sorriso sincero de um homem pobre ao abraçar o seu moleque ao chegar em casa, após mais um dia cansativo, posso fechar os olhos e esquecer do mundo ao meu redor e seus “nãos”, porque viver de amor é um sim, ou um milhão deles, aonde se permite á felicidade realizar-se na alma de cada um:

Amor, quem és tu, ou o que?
És um doce estranho, que empunha em suas asas minha alma
Por dias a procurar-te em rostos generosamente sorridentes
Sendo que em mim estás
Curando-me das dores, ao mesmo tempo que me trazes novas delas
Com sua imensidão, torne-me único
E nem ouso te pedir que apague-me as cicatrizes
Porque sei que não o podes
Mas que estejas em tudo o que eu fizer
Tornando-me melhor
Tornando-me digno de receber-te de outras mãos
Fazendo-me sorrir sempre que uma criança sorrir a mim
Sempre que a vida me sorrir
Me guarde da cólera presente em todas as coisas que não te reconhecem
Com fidelidade sem fim e inabalável
Sinta-se em casa dentro do meu coração
E que o mundo nunca descubra que é unicamente você
que me faz viver...

Wednesday, December 06, 2006


Efeito Tostines do amor


Momentos de tensão conjugal na casa dos Pereira, o casal há duas horas já discutia em alto e bom tom a relação, lavavam a roupa suja, quer dizer, aparentemente imunda de dezessete anos de casamento:

- ...E naquele dia do primeiro jogo do Brasil na copa, hein? Pensa que não vi o jeito que te peguei olhando pra aquele garotão lá no pub, hein? Seu olhar era vergonhosamente lascivo pra uma mulher casada, e com o marido prestes a chegar...
- Chegar? Há há há, Voltar do banheiro você quer dizer né? Tava tão bêbado que me puxou pelo braço pra te acompanhar té a porta: “- Mozão, mozão, vamo comigo té o banheiro...” Eu não tava olhando pra garotão bolhufas nenhuma; Ou eu olhava para o lado do hall ou para a porta daquele banheiro fétido, num entra e sai frenético de bebuns.
- Ué, olhasse pro relógio, como uma esposa preocupada com o retorno do marido do banheiro faria.
- Ahammmmm, que lindo né? Olhando pro relógio, esperando o marido cambaleante sair do banheiro, ahhhhh, faça-me o favor, larga de ser paranóico.Você olha pra 358 bundas na rua quando a gente sai, e cismou que eu tava olhando um garotão, vê se pode uma coisa dessas...?
- Eu olhando pra bunda na rua? Há há há, que calúnia perniciosa essa sua hein? Nunca fui assim...Ando atento ao nosso redor, olhando para os lados, nos cruzamentos, semáforos, zelando pela nossa integridade já que a senhorita anda voando, olhando pra vitrines, e sei lá pra onde; Se duvidar até para os garotões que circulam por aí.
- Você é doente, só pode, nunca vi tanta prepotência, neurose ciumenta, insegurança paranóica pós quarenta, aliás, pós quarenta e pós pança né? Vai, isso mesmo, toma muita cerveja, muito chopp, fica vendo futebol esparramado feito uma gelatina no sofá, que vai ficar cada vez melhor, vendo garotões té no seu prato de cereal de manhã.
- O que é que custa você assumir que tava olhando pro garotão lá no pub naquele dia hein? Assuma e peça desculpas e pronto, té porque eu sei que ele nunca ia olhar pra você do jeito que você olhou pra ele, porque ninguém além de mim quer uma mulher vinte quilos acima do peso, com a bunda caída e celulite pra dar e vender.
- Há há há, agora é minha vez seu pançudo arrogante, cervejeiro.Eu não sei aonde eu tava com a cabeça que aceitei me casar com você, sendo que eu sabia que aquele arzinho presunçoso que eu achava um charme iria inchar como a sua barriga e se tornar essas paranóias ridículas que você tem...Só eu mesmo pra aguentar um homen prepotente, machista, barrigudo, careca e cervejeiro safado
- Opa opa opa, safado não hein, safado nããããoooo, porque nunca ofendi sua honra, nunca!
- Mas minha auto-estima falando que eu to vinte quilos acima do peso e cheia de celulite
- Mas eu amo sua celulite e seus vinte quilos a mais sabia?
- Puff...Haiauha...Palhaço...
- Sério, e você sabe bem disso, principalmente lá no nosso cantinho depois que as crianças vão dormir né? Hein hein hein? Hihihihi...
- “- Hihihihi...” Achei graça nenhuma...Mane...Se bem que careca você não fica tão mal também....rsrs
- Ah, pára vai, assume que eu sou seu tesão, o quarentão mais gato que você já viu vai patinha...qué qué...Hihihihihi
- Rsrs...Fazia tempo que não me chamava de patinha, eu sempre gostei...Seu boboca
- Eu te amo, qué qué qué, te amo qué, qué qué...Jihihihi...
- Rsrsrs...Pára de imitar pato, seu chato, humpf.

Ele sorri aliviado, com os olhos brilhando como a dezessete anos atrás, ergue a cabeça, respira fundo, se aproxima, inclina-se um pouco para frente, até que as bocas se tocam e assim permanecem por quase um minuto. Ele a olha nos olhos com um olhar quase paterno e pergunta:

- Porque a gente briga tanto hein? Será que é pelo fato de que ás vezes sou um mané por ser chato, ou sou chato por ser mané...
- Ai, isso é maior efeito Tostines hein!: “Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?”, rsrs. E outra, eu não me casei com um mané e sim com um homem maravilhoso que sempre quis do meu lado ta?
- Ohhhh patinha, qué qué...hihihih te amo minha pitchuka, minha pequenininha, minha baixinha, meu docinho, meu ursinho...
- Rs, tá bom vai, chega desses nomezinhos: Vamos sentar um pouco ali fora e conversar té o sono chegar, vem.
- Vamos sim pitchuka, deixa eu só pegar duas cervejas pra gente.
- Na-na-ni-na-não, cerveja não, pega aquela garrafa de vinho de ontem.
- Aiiiiiiiii, que chatinha viu: “-Cerveja não, cerveja não”.Tsc...

Saturday, November 25, 2006


Cerca de um mês atrás minha mãe foi até Curitiba e de lá me trouxe um presente: Meu primeiro caderno de poemas e versos! Há anos “perdido”, meu primo o guardou, pois sabia que eu ficaria feliz ao rever o caderno, cheio de imaginação juvenil, versos soltos, livres, que tomavam boa parte do meu tempo naquelas tardes, ora na minha casa, ora na casa de minha saudosa vózinha.
Folhando o caderno, é como se não fosse eu que tivesse escrito tudo que li, eu era tão diferente há alguns anos atrás, as palavras me vinham mais facilmente, eu lia muita poesia também, tinha matéria-prima para compor versos compulsivamente, e talvez fosse mais complacente com o mundo ao meu redor...(Ohhh, essa foi forte né? Hehehehehe)
Bom, escolhi para por aqui um dos primeiros, um sonetinho.Meu senso devéras crítico quase “refez” os versinhos, mas seria injusto fazer isso com o Davi adolescente, né mesmo? :)




Soneto do calar

E como todas as vezes que calo-me
Imagino a contemplação d’um lugar
Cercado de serras todas geladas
Cada qual com sua glória demarcada

Esse coeso e harmônico lugar
Amado e mantido no âmbito mais sagrado de mim
Pra sempre que ela não me sorrir
E você não quiser mais me dar a mão

Eu possa pra tal lugar fugir
Sem documento nem coragem
Acuado feito um animal alado

Que se esconde durante o dia inteiro
Arredio todo encolhido e ferido sem voar
Interpretável feito o nosso cordial esquecimento


19 / 7 / 99

Thursday, November 23, 2006


"Saudoso" Bublé


Eu gosto muito de um cantor canadense chamado Michael Bublé.Ele faz releituras de canções da era do swing, dentre elas, alguns clássicos do Sinatra, com aqueles familiares naipes e arranjos de metais, tão marcantes quanto os do inesquecível “Mister blue eyes”.Musica pra mim é espelho do que se sente e também um passeio pelas fantasias, por histórias, épocas, e é aí que faço o link da época com as canções do Bublé; Ele é um artista da nova geração por assim dizer, e rema contra a maré – Porque?- Porque o cara faz um tipo de musica clássico, antigo e vende discos e faz um grande sucesso principalmente na Europa.Milhões de ouvintes da boa musica de Bublé, voando nas melodias de sua bela voz, lembrando de uma época em que o mundo era mais humano e mais lento, beleza da juventude para os velhos e para caras como eu que nasceram nos anos 80, aquela coisa de imaginar: “Pó, queria ter vivido naquela época, só pra ver... deveria ser legal andar pelas ruas e calçadão de Copacabana à noite, madrugada, sem medo de levar um tiro na cara...”.
Talvez o amor era visto como de fato ele é, as modinhas no rádio, a fase áurea de Hollywood encantando nós aqui em salas de projeção das capitais, Jobim, e sempre e para muitos, popular bossa nova enchendo os corações juvenis de poesia, sutileza, como algo surreal...Fervilhavam as redações dos jornais e folhetins, e as máquinas de escrever dos poetas, e os corações partidos ao fim de um amor de carnaval, num baile mascarados mais por charme, esconde-esconde macio a embalar o nascimento de intensas paixões. Transeuntes desapressados a dialogar coisas do dia a dia, com vocabulário desprovido de gírias chulas, ou qualquer tipo de artefato constrangedor –Pudor!- Sim, mais pudor, mais receios, mais olhares paternos a desaprovar as gafes das crianças diante das visitas na sala de estar, mais noites lindas cobertas de estrelas...
Não, não é saudosismo, ao menos acho que não, até porque não vivi essa época, os anos dourados, os anos “preto-e-branco” cheios de cor que se desbotaram ao passar das ditaduras e seus mentores. Turbilhão, velocidade, o mundo dividido, socialistas e capitalistas, muita informação, alta tecnologia, aberrações em profusão, competição é o lema, não confie em ninguém, não saia à noite, rock and roll mal criado, desbocado e barulhento...Turbilhão gente, e só resta aquela imaginação do que um dia foram as culturas de massa, ditando comportamentos, alimentando sonhos e amores pra vida toda,
Acho que por isso Jobim sempre me emocionou, e hoje ouço com calma e deleite as canções do Bublé, porque musica é espelho, e alguns belos vãos da minha pobre alma se olham nessas canções e sorriem com leveza...Há dois dias atrás via o telejornal com minha mãe e ao noticiarem o falecimento de Robert Altman ela me fala: “- Parece que as pessoas geniais estão morrendo e só restando porcaria no mundo, só gente vazia...”. Quase concordei com ela, porque o que ela disse é uma verdade parcial, mas repliquei; “Ah, não é tão assim também, sempre surgem pessoas geniais, pessoas grandes, com alma nesse mundo, é um ciclo que se renova...” O mundo perdeu o inesquecível Sinatra e anos mais tarde ganhou o jovem e talentoso Bublé !”... um ciclo que se renova”.

Monday, November 20, 2006

QUEDA


Das histórias mais absurdas
A nossa é a mais linda delas
Como um dependente sinto sua falta
Tal vício me consome e me torna doce
E gostas, sentes prazer
E todas as vezes que estalou os dedos
E vim aos seus pés como um cão
Ou numa gaiola me manteve preso
Para que cantasse as melodias que gostas
Me bateu sem eu nada ter feito
Me manteve sob seus pés como algo que se enterra
Me chamou de seu zero maior, o dispensável
Aquele que não se precisa conquistar porque sempre está á espera
Como estepe de carro, um reserva, algo comum e barato
A incapacidade de mostrar valor
Porque impossível seria reconhecimento de sua parte
Como um tolo, sempre a postos para te satisfazer
Comprar suas brigas
Pagar suas contas
Suturar seus cortes abertos, suas feridas expostas
Por vezes caído no chão
Seu beijo como um tiro de misericórdia
Tirando minha vida com a intenção de privar
De um sofrimento inútil
Como distinguir amor de algo que dói
Com você eu perdi os sensos...E fui mais feliz do que jamais poderia imaginar...

Monday, November 13, 2006

Na noite passada aconteceu algo que me deixou contente: Tirei 9.8 na prova de tecnologia industrial...É claro que meu ego inflou, até porque foi a maior entre as notas da sala! E aí você me pergunta: “- O que que eu tenho a ver com isso mane?” hehe...
Tava em frente á tv e depois de ver a entrevista de um publicitário falando sobre os vários tipos de comunicação usados na internet e tv, pensei: “Puta meu, é tanta coisa que a gente não consegue nem assimilar 5%...” (O 5% é hipotético ok? Mas deve girar em torno disso mais ou menos...). O link que faço com o fato da nota da prova é que eu tenho dificuldade em me desligar da net, tv, mp3's e outros entretenimentos “fáceis” para pegar o livro, a apostila, as anotações do caderno, silenciar a cabeça e estudar (“difícil”).
De uma forma geral é complicado ser ouvido, porque todos querem falar ao mesmo tempo, querem atenção, só que essa algaravia constante e intensa confunde as idéias pó; Ou vai me dizer que é agradável ouvir aquele vendedor mala, sensacionalista (auhauahuha) nos empurrando aquelas maquininhas digitais tec pix, ou sei lá o nome, todo santo dia, umas trezentas e noventa vezes...? O mundo quer ser ouvido, e ninguém quer ouvir, ninguém se ouve, ninguém se sente, se entende, tudo rápido e superficial; Rápido porque tempo é dinheiro, superficial porque tudo é comum, e descartável, e reciclável e nada é insubstituível.
Escrevi umas linhas marginais (como de praxe) sobre a questão.





Muitos a falar e poucos a ouvir


Muitos a falar e poucos a ouvir, justamente porque muitos querem ser ouvidos e de que maneira ser ouvido, notado ou sentido? Quantas noites a se viver para se conseguir ser o que se sonha ser, sendo que ao mesmo que o desejo de sair do que se é aumenta, o desejo de falar, ser ouvido também aumenta, e não se sobra tempo para ouvir ninguém. Qual a medida de uma realização, e quanto isso custa a chegar? Ouro sentir-se vivo, uma mão que se estende, alguém que te ama de verdade, um inconformismo que nasce a partir do momento que se percebe que tudo está fora do lugar. È isso, meu caro, muitos a falar e poucos a ouvir, como multidões e rebanhos, como um exército de estranhos rostos conduzidos por laços, e freios: O que você pensa não importa mais que meu discurso ao pé do seu ouvido, pois é seu mundo que está em jogo, então se aceitas o meu jogo não percebe que entrega sua vontade a outro, ou outra, a mim que sou quem for e a um côro de mais milhares te digo como ser, para que eu aceite sua presença, siga o que eu digo. Escolha, pois muitos a falar e poucos a ouvir é o hoje e limita, ou pensar, sentir é algo feito de plástico? Muitos a falar e poucos a ouvir é confusão e nada se extrai, como em estado letárgico, aonde tudo é como é, e por isso tanto faz e tanto fez, sem memória e sem postura, inerte e sem figura, mando e obediência, dedos em riste, ordens e apatia: Ai ai meus ais, quero me sentir vivo, como quem canta e quem chora e quem sente dor e prazer e faz. Bom, se não se desperta, faz de conta que a dor e o prazer estão guardados a outros que não você, e escolha não escolher. Eu te peço, quando o mundo inteiro falar, e não se entender nada no meio da confusão de vozes e sons, posicione o indicador verticalmente em frente seus lábios e peça silêncio, silêncio, silêncio, silêncio, silêncio...Até que nesse silêncio reflita sua imagem como um espelho: Pois muitos a falar e poucos a ouvir não se importa com o que é sentir, e nem ser...

Monday, November 06, 2006

Honradez na obra

7:30 da manhã o primeiro entra no terreno, e dá bom dia ao canteiro de obras: “- Bom dia entulhos, prontos para hoje?”. Em poucos instantes de um a um vão chegando os trabalhadores, bocejantes, com a cara meio amassada, mas já preparados para boas horas de esforço físico que a demolição das antigas salas demanda. Com todos já presentes, o mestre de obras, encarregado pelo pessoal inicia um discurso, de tom já bem conhecido pelos pedreiros: “– Meus caros amigos, é preciso absorver a importância, e a essência do que fazemos aqui dia a dia, pois não é o simples bater de marretas, e abrir de buracos cada vez maiores nas paredes que nos é o todo desse ofício. É preciso compreender que a força que destrói, se faz nobre e cheia de significado, estamos destruindo para reconstruir cada vez melhor, e isso para mim é especial! A cada movimento, a cada gota de suor derramada, e os calos nascentes nas palmas ao final do dia são honra, são símbolos de força, a força da reconstrução, do recomeço, que se dá pela força de nossos braços... Por isso peço-lhes dedicação, concentração e a certeza de que fazem algo cheio de significado nobre aos meus olhos e aos olhos da vizinhança, que mesmo incomodada com o barulho de nossos martelos, respeitam-nos pelo esforço de nosso dia a dia...” “– Muito Obrigado e bom trabalho a todos nós”
Os trabalhadores sem muito entender, e até impacientes para que o sermão findasse para que começassem mais um dia debaixo do sol, aplaudiram com uma pontinha de ar negligente nos rostos.
A obra tinha uma casa ao lado esquerdo, como vizinhos, e a família de 6 pessoas já não agüentava mais aquele barulho diário, de marretas violentas contra as paredes, martelos e serras amassando e cortando pedaços das salas que eram derrubadas; O irmão mais novo reclama para o irmão do meio enquanto tenta ler um quadrinho de manga do último mês: “- Porra véi, Sá obra dus caráio me estressa viu, os caras fazem um barulho doido desde de manhã cedo, uns filho da puta perturbando a cabeça da vizinhança, q merda viu, vontade de sumir ou jogar uma bomba de vez lá pra derrubar aquela bosta toda de uma vez, caráio sá merda meu...” O irmão ouvinte se diverte ás gargalhadas com a cólera juvenil do irmão e diz: “– Hahahahaha...C é doido seu nóia... hehehe”.
Passados uns 20 minutos dos reclames do jovem, entra o pai da família eufórico pelas portas...:”- Concluímos o prédio, depois de meses de reclamações dos vizinhos, processos movidos contra nós, mesmo assim concluímos... como corredores que chegam ao final de uma maratona, com garra, dedicação, e honra...”.

Sunday, November 05, 2006

Ontem á noite vi no telejornal o resgate de cem cavalos em uma cidade holandesa, e aquilo me chamou demais a atenção! Primeiramente pela beleza, e sensação de alegria em ver os animais salvos das águas que os cercavam, mesmo que dezoito deles não tenham resistido aos três dias em que ficaram ilhados, e a segunda razão seria pelo fato de que raramente vemos algo veramente belo, principalmente em telejornais...Tal qual a uma 'neverending story" de horror, dia a dia o mundo assiste o Bush, A guerra no Iraque, aquele psycho que governa a Coréia do Norte, e aqui no Brasil os mensalões da vida, as acusações, as loucuras violentas figuradas em sequestros, tiros, e uma leva de crimes. Confesso que me sinto um idiota em frente a TV vendo dia após dia esse show de loucuras, ao redor do mundo e aqui, mas poxa, ontem foi diferente: Ver os pobres animais sendo conduzidos pelas águas já rasas, perfilados, me remeteu a belos pensamentos, como um western com final feliz, a singeleza dos animais, que mesmo com apenas instinto natural conseguem ser mais nobres do que nós - Miseráveis de nós seu Bush, seu Kim Jong...
A leveza de 'Pancho & Lefty" de Willie Nelson, ou mesmo 'Harvest Moon" de Neil Young me vieram como uma trilha sonora para a imagem dos cem animais salvos. Três dias ilhados, sem certeza de salvação, até que as águas baixaram com a estiagem das chuvas e o resgate chegou, e isso me abriu um sorriso ao matutar sobre a bela cena. Eu espero que nós cavalos tenhamos a mesma sorte daqueles da Holanda, ao final dessa tempestade que alaga nossas vidas de medo, ou ter á frente um presidente como o nosso não te assusta?
Bom, é isso. Vida longa aos cavalos da Holanda...