Tuesday, February 24, 2009


Grandes solidões
Duas solidões se encontram, se fitam desconfiadas
Duas solidões que não cabem mais em si
Uma farpa pequenininha que insiste em incomodar a pele
Menos é ser só, de grande ou pequena solidão, ser menor
Duas que se abraçam após longa espera
Seria melhor forma quando se achasse
Por mais espaçosa uma outra solidão almejante
Se abrigassem uma na outra em par
Olhos tristes ao longe
Permita sorrir outros que se achegam
Ser mulher é o mesmo que ser homem
Quando homogêneas ausências se beijam
Tornam-se suportáveis
Subtraem o gelo do mundo que fica pelos cantos
Caminham de mãos dadas para achar renascimento
Que os amantes sejam santos
Que o ter não seja mais o vicio, e sim o alento
Miúdo alento de dois olhos que se perdem em seus mares
Duas solidões se encontram, trilham no escuro até que caem sem fim num espaço pintado de paz
A dor que encanta
Busca redenção, salvação em um universo de dois
Nunca poderiam ser mais
Apenas menos, duas solidões a se perderem no tempo, em momentos
Amor de mais
Duas solidões de menos
Maiores sozinhas
Menores casadas
De tanto só, resta uma estrada de dois, maior...