Saturday, November 25, 2006


Cerca de um mês atrás minha mãe foi até Curitiba e de lá me trouxe um presente: Meu primeiro caderno de poemas e versos! Há anos “perdido”, meu primo o guardou, pois sabia que eu ficaria feliz ao rever o caderno, cheio de imaginação juvenil, versos soltos, livres, que tomavam boa parte do meu tempo naquelas tardes, ora na minha casa, ora na casa de minha saudosa vózinha.
Folhando o caderno, é como se não fosse eu que tivesse escrito tudo que li, eu era tão diferente há alguns anos atrás, as palavras me vinham mais facilmente, eu lia muita poesia também, tinha matéria-prima para compor versos compulsivamente, e talvez fosse mais complacente com o mundo ao meu redor...(Ohhh, essa foi forte né? Hehehehehe)
Bom, escolhi para por aqui um dos primeiros, um sonetinho.Meu senso devéras crítico quase “refez” os versinhos, mas seria injusto fazer isso com o Davi adolescente, né mesmo? :)




Soneto do calar

E como todas as vezes que calo-me
Imagino a contemplação d’um lugar
Cercado de serras todas geladas
Cada qual com sua glória demarcada

Esse coeso e harmônico lugar
Amado e mantido no âmbito mais sagrado de mim
Pra sempre que ela não me sorrir
E você não quiser mais me dar a mão

Eu possa pra tal lugar fugir
Sem documento nem coragem
Acuado feito um animal alado

Que se esconde durante o dia inteiro
Arredio todo encolhido e ferido sem voar
Interpretável feito o nosso cordial esquecimento


19 / 7 / 99