Monday, November 13, 2006

Na noite passada aconteceu algo que me deixou contente: Tirei 9.8 na prova de tecnologia industrial...É claro que meu ego inflou, até porque foi a maior entre as notas da sala! E aí você me pergunta: “- O que que eu tenho a ver com isso mane?” hehe...
Tava em frente á tv e depois de ver a entrevista de um publicitário falando sobre os vários tipos de comunicação usados na internet e tv, pensei: “Puta meu, é tanta coisa que a gente não consegue nem assimilar 5%...” (O 5% é hipotético ok? Mas deve girar em torno disso mais ou menos...). O link que faço com o fato da nota da prova é que eu tenho dificuldade em me desligar da net, tv, mp3's e outros entretenimentos “fáceis” para pegar o livro, a apostila, as anotações do caderno, silenciar a cabeça e estudar (“difícil”).
De uma forma geral é complicado ser ouvido, porque todos querem falar ao mesmo tempo, querem atenção, só que essa algaravia constante e intensa confunde as idéias pó; Ou vai me dizer que é agradável ouvir aquele vendedor mala, sensacionalista (auhauahuha) nos empurrando aquelas maquininhas digitais tec pix, ou sei lá o nome, todo santo dia, umas trezentas e noventa vezes...? O mundo quer ser ouvido, e ninguém quer ouvir, ninguém se ouve, ninguém se sente, se entende, tudo rápido e superficial; Rápido porque tempo é dinheiro, superficial porque tudo é comum, e descartável, e reciclável e nada é insubstituível.
Escrevi umas linhas marginais (como de praxe) sobre a questão.





Muitos a falar e poucos a ouvir


Muitos a falar e poucos a ouvir, justamente porque muitos querem ser ouvidos e de que maneira ser ouvido, notado ou sentido? Quantas noites a se viver para se conseguir ser o que se sonha ser, sendo que ao mesmo que o desejo de sair do que se é aumenta, o desejo de falar, ser ouvido também aumenta, e não se sobra tempo para ouvir ninguém. Qual a medida de uma realização, e quanto isso custa a chegar? Ouro sentir-se vivo, uma mão que se estende, alguém que te ama de verdade, um inconformismo que nasce a partir do momento que se percebe que tudo está fora do lugar. È isso, meu caro, muitos a falar e poucos a ouvir, como multidões e rebanhos, como um exército de estranhos rostos conduzidos por laços, e freios: O que você pensa não importa mais que meu discurso ao pé do seu ouvido, pois é seu mundo que está em jogo, então se aceitas o meu jogo não percebe que entrega sua vontade a outro, ou outra, a mim que sou quem for e a um côro de mais milhares te digo como ser, para que eu aceite sua presença, siga o que eu digo. Escolha, pois muitos a falar e poucos a ouvir é o hoje e limita, ou pensar, sentir é algo feito de plástico? Muitos a falar e poucos a ouvir é confusão e nada se extrai, como em estado letárgico, aonde tudo é como é, e por isso tanto faz e tanto fez, sem memória e sem postura, inerte e sem figura, mando e obediência, dedos em riste, ordens e apatia: Ai ai meus ais, quero me sentir vivo, como quem canta e quem chora e quem sente dor e prazer e faz. Bom, se não se desperta, faz de conta que a dor e o prazer estão guardados a outros que não você, e escolha não escolher. Eu te peço, quando o mundo inteiro falar, e não se entender nada no meio da confusão de vozes e sons, posicione o indicador verticalmente em frente seus lábios e peça silêncio, silêncio, silêncio, silêncio, silêncio...Até que nesse silêncio reflita sua imagem como um espelho: Pois muitos a falar e poucos a ouvir não se importa com o que é sentir, e nem ser...