Saturday, October 06, 2007


Quem
Eu sou o vento que sopra nas ruas
Nos becos
Nas quadras
Nas paredes cheias de história da Lapa
Sou a lágrima cristalina da vitória
E a não menos pura da queda
Aqueço tua pele escura, da cor da noite
Torno vermelho vivo teu sangue antes opaco
Sou teu orgulho e vigor
Tuas raízes e teus antepassados
Sou o divino brilho nos olhos dos pequenos
Sou o grito da torcida
Sou a raça, o pulsar e a intensidade infinita
Sou a terra, o barro, a poeira
Salinidade do mar
Doçura dos rios
Vôo livre pelo ar
A gíria e a bossa do bom malandro
Do bom vivan, o encanto
O cio da juventude
A união em dias de necessidade
A existência incompreendida
Mas cheia de paixão e amor ao próximo
Sou o perder e o achar
O levitar e o suavizar dos sentidos
Te faço andar
Te faço crer mesmo quando não consegues ver a luz
Teus pés pelas ruas
Pela cultura do povo
Em guetos
Em apartamentos
Em palácios
O diamante é simples
Brilha para iluminar teus caminhos
Faz brilhar a ti mesmo de dentro pra fora
Não precisa alarde
Apenas silêncio
Sou quem te diz
E bendigo
Sou redenção
Sou alegria, festa e valor
Sou êxtase
Sou profusão
Ilusão, paixão e delírio
Gozo e eternidade
Unha na carne
Continuidade
Eu sou o amor...