Monday, October 29, 2007


Tardou, mas não falhou: A moda matou e a terra feliz entristeceu!

Pronto!!! Aconteceu o que faltava acontecer: Um jovem entra em coma e morre ao sair de uma festa Rave! E um outro em um acidente próximo ao local da Rave. Aí a mídia, os telejornais e os jornais escritos fazem o alarde de uma coisa que era previsível, mais cedo ou mais tarde ia acontecer.
Venhamos e convenhamos: Todo mundo sabe que as festas Rave são um paraíso de variados tipos de drogas, tudo liberado e explanado. Ninguém pinta pra estragar a festa, polícia de costume não age de forma contundente na repressão ao consumo, os seguranças internos das festas fazem vista grossa, imagina se eles vão incomodar os jovens que estão ali para se divertir, pagaram uma grana boa pelo ingresso e deram um lucro gordo aos organizadores...Hum...
Eu não sou careta e nem conservador, mas acho que além do fato de festa Rave ser uma modinha adorada pelos jovens de classe média, existe também uma demagogia de quem organiza as festas, que sempre defende seu “pão”, dizendo que seus eventos acontecem dentro das normas, das leis, etc...E um cinismo nas declarações dos pais impotentes: Sim, impotentes! Que pai consegue impedir seu filho/a de sair pra uma balada, sair com os amigos?...Impossível. Os pais sabem o que rola, mas coitados, eles não podem fazer nada; Só os resta dar declarações embebidas em cinismo e constrangimento.
Acho que cada um sabe o que faz: Se o cara ou a menina gosta de viajar, usar alguma coisa, pirar a cabeça e ficar dançando horas a fio ao som da porra de um DJ, tudo bem. A questão é que a rapaziada menor de idade ou mesmo os burro-velhos sem noção, na ânsia dessa busca sedenta por algum tipo de prazer, extrapolam e se dão mal: Numa leva dessas infelizmente um moleque de 17 anos morreu.
A juventude sempre pediu a legalização da maconha (Na falta de energia e atitude pra se engajar em questões mais relevantes pra sociedade...) e parece que as Raves foram um oásis a esses que clamavam pela legalização das drogas: As drogas e entorpecentes em geral continuam ilegais perante a lei, porém na Rave você pode acender um baseado, mandar goela abaixo um comprimido de Ecstasy e pôr um papel de LSD em baixo da língua, curtir sua viagem tranquilão que a chance de alguém te incomodar por causa disso é quase zero...Viva, liberdade!!!!!! (hehehe). Musica eletrônica em alto e bom som, jovens sarados ostentando os corpos malhados, dançando sem parar, muita gente reunida, muitos óculos escuros, muita viagem e isso há muitas horas a fio: É um sucesso na Europa e virou moda aqui no Brasil também. Não me interprete mal; Não estou falando mal da moda, apenas relatando o que tem nas festas. (Ao meu ver...).
Pense comigo rapidinho: Nos anos 70 os EUA estavam em guerra com o Vietnam. Inician-se vários movimentos jovens e de vanguarda na América em oposição à guerra: A idealização de uma sociedade alternativa, uma mistura de dor e de desejo de libertação, como formas de dizer não á guerra, culminaram com uma gigantesca reunião de musica e liberdade, com muito rock and roll e drogas em profusão: Woodstock. A juventude tinha uma causa verossímil para se unir, para sonhar, para se lutar por. Hoje não temos causas, nem nos EUA que vive a imbecil “guerra contra o terror” do Bush, se tem um movimento de massa, configurado e atuante, e muito menos aqui. Somos um país pacífico (Pacífico? E a guerra civil que a gente vive no dia a dia pô?), temos milhares de causas para se por em pauta (Como jovens), mas a gente acredita que não temos nada a fazer além do que viver o nosso medo da violência urbana, o medo da competição, medo da assustadora idéia de não se conseguir o que se quer comprar...Então somos vazios, sem bandeiras, somos da moda e somos da Rave, por que pirar a cabeça de vez em quando não faz mal a ninguém, concorda? (Rs).
Chega de falar de Rave, até porque não faz minha linha: Se fosse o caso, preferiria usar LSD olhando o Jimi Hendrix no palco, falando tudo o que aquela juventude queria ouvir e tocando feito um demônio, do que um DJ maluco com aquela parafernália eletrônica no meu ouvido por 17 horas seguidas...
Pqp, o conceito de felicidade da festa furou, já que o nome do sírio é “Terra feliz...”Putz, deixa eu ficar quieto viu...

:)