Thursday, March 29, 2007


Estradinha
Juntos, por uma estradinha gentil
Era como nos sonhava
Quando passava a pé, de chinelo rasteiro
Em frente á minha casa
Diante dos meus olhos
Olhos de quem nada era
Mas em contemplação e enlevo
Degustavam-te com zelo
Ao sabor de dias imaginários
Tua pele sem máculas
O vento brincava em teus cabelos
Passos a cortar meu peito
Teu rastro era um punhado de meus delírios
E eu os juntando do chão
Como quem cata conchas
Eu sei da beleza presente em tudo
Sei tudo o que é seu

Mas tua imagem sumiu
Da paisagem da rua
A estradinha só existia para firmar-te os pés
Ao lado dos meus
Em meus olhos o vazio de rostos estranhos
Perdidos em um vai-e-vem sem vida
Será que algum amor levou-te pra longe.

A estradinha desvaneceu...