Tuesday, March 06, 2007


CASA COMIGO

Casa comigo
deixa eu ser seu homem
deixa eu ser seu amigo

te digo e se quiser repito
se não sabes, vem que te ensino
sou multi-uso, sirvo pra tudo
mato barata, mato mosquito
do coração, bem lá do fundo
guardei-te uma pedra de valor infinito
de bruta matéria à fino produto
depurei com fogo meu coração maledito
maledito mesmo, com pompa e tudo
de tudo o mais fiel sentimento bendito

te digo amiúde, zeloso e contrito
casa comigo
deixa eu ser seu homem
deixa eu ser seu amigo


de papel passado e escrito
casa com boa mobília,a decorar-te os olhos
mesa, toalha, salada de milho e palmito
bem sabes que terás meu colo
nas noites em que teu corpo arder aflito
carecendo de beijos e lingua famintos
a sentirem teu corpo, como nunca dantes o haviam sentido
juras de um amor interrompível baixinhas ao pá do ouvido
o luar redondo lá fora nos sorriria branquinho
te digo repetitivo como um papagaio
Presto e tenaz como um piriquito
que das aves, me é o bicho mais bonito
casa comigo
deixa eu ser seu homem
deixa eu ser seu amigo

Não tenho estudo, nem anel de doutor
mas tenho gosto em viver, força pra labutar no que for
caminhava sozinho, té que avistei uma flor
que tinha teu cheiro, balançava leve quando sentia da brisa o frescor
tanta boniteza, na minha frente, pobre calango arredio
Só podia ser sinal de Deus ou do meu padinho padre cíço
por que
os dois sabem do que eu quero e o que preciso
lembro do teu sorrir, que me guarda da dor, como ovelha num aprisco
radioso te peço, custoso sei, mas repito
tão certo quanto de Moraes, era Vinícius
casa comigo
deixa eu ser seu homem
deixa eu ser seu amigo