Thursday, March 29, 2007


Novela

Eu não sou telespectador de novelas, nunca fui...Bom, com exceção da uma novela chamada "quatro por quatro", de alguns anos atrás, que era assistida pela minha turma inteira: A galera comentava as cenas, e situações, discutiam seus palpites sobre o que ia acontecer no próximo capítulo, ou o que deveria acontecer com os mocinhos e os vilões. Não tenho nada contra novela, pelo contrário; Até acho legal, as interpretações de alguns bons atores, textos interessantes, passagens familiares (... eu já vi esse filme), etc...Mas definitivamente não tenho saco pra acompanhar. Acho alguns atores e atrizes nacionais simpáticos, por entrevistas que já vi, coisas que já li sobre eles: Um desses é o Fábio Assunção, que faz a personagem "Daniel" nessa nova novela da noite. Acho o cara bem legal, assim como o tom que ele dá ao apaixonado Daniel, que é movido pelo amor que sente por uma menina simples, cuja brejeirice e leveza o conquistou: Paula. (Poderia se chamar Ana, Cristina... acho mais delicados).
Nosso país é fomentado em uma cultura secular paternalista, e por conseqüência, machista: Nós homens (e algumas mulheres infelizmente...) sempre tentamos ser durões, esconder o que sentimos, engolir o choro e nos privar das lágrimas, crendo que estas são privilegio somente do sexo feminino: Quem já não ouviu um “- Homem não chora”.
Já vi muito cara porco nesse sentido, por natureza, por que aprendeu isso em casa, desde cedo, mas o que acho mais ridículo é ver caras que tiveram uma educação equilibrada (valores maternos/femininos + valores paternos/masculinos), se “forçando” uma capa de machão escroto a todo custo: A troco não sei do quê...
Eu creio em uma outra vertente quando vejo traços da personalidade feminina nos meus maiores ídolos: Escritores, músicos, oradores, jornalistas, etc...Que dão um toque sutil ao jeito de ser das caras, e à criatividade dos mesmos.
Alguns amigos brincam comigo repetindo frases “supostamente” ditas por mim: “-Todas as mulheres devem ser amadas...”, “- O vinho é a bebida do amor...”, “Como vai senhorita? És uma princesa...”, e por aí vai...(hehehehe...) È divertido por que brinco muito com isso, é saudável, mas tem muitas das frases que tenho certeza absoluta que nunca saíram da minha boca...
Parece algo meio fora de moda “ser apaixonado”, parece coisa da Hollywood dos anos 50, com seus belos e clássicos filmes descoloridos, como Casablanca (Quem não conhece aquela famosa e nostálgica trilha musical do filme, só menos conhecida do que o hino nacional...!?). Não poxa, gostar de alguém e gostar com lirismo não está fora de moda não, por mais que o funk e outras aberrantes culturas de massa insistam em dizer isso. Prova do que digo é que essas histórias, situações cheias de romantismo, ainda nos fazem olhar com olhar de bobos para a tv, para as telas dos cinemas, para as páginas dos livros, para o rosto de Chico Buarque em um teatro lotado, enquanto ele canta sereno, dedilhando um violão: “-Não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar...”. A expressão emotiva da personagem Daniel é cativante, bobo ao falar da mulher que o prendeu em um olhar, em um sutilmente evasivo baixar de cabeça, tímida e ruborizada: Poucas coisas são tão doces quanto uma mulher com um brilho de esperança nos olhos e tímida.
Como já disse, eu não vejo novela, não acompanho, mas certas coisas são legais, são bonitinhas!
Sinceramente não sei o que aconteceu comigo, por que há algum tempo atrás, eu pensaria duas vezes antes de escrever em um blog que acho o Fábio Assunção legal, e que me identifico com uma personagem interpretada por ele...hehehe. Devo estar ficando velho...!
=)