"Saudoso" Bublé
Eu gosto muito de um cantor canadense chamado Michael Bublé.Ele faz releituras de canções da era do swing, dentre elas, alguns clássicos do Sinatra, com aqueles familiares naipes e arranjos de metais, tão marcantes quanto os do inesquecível “Mister blue eyes”.Musica pra mim é espelho do que se sente e também um passeio pelas fantasias, por histórias, épocas, e é aí que faço o link da época com as canções do Bublé; Ele é um artista da nova geração por assim dizer, e rema contra a maré – Porque?- Porque o cara faz um tipo de musica clássico, antigo e vende discos e faz um grande sucesso principalmente na Europa.Milhões de ouvintes da boa musica de Bublé, voando nas melodias de sua bela voz, lembrando de uma época em que o mundo era mais humano e mais lento, beleza da juventude para os velhos e para caras como eu que nasceram nos anos 80, aquela coisa de imaginar: “Pó, queria ter vivido naquela época, só pra ver... deveria ser legal andar pelas ruas e calçadão de Copacabana à noite, madrugada, sem medo de levar um tiro na cara...”.
Talvez o amor era visto como de fato ele é, as modinhas no rádio, a fase áurea de Hollywood encantando nós aqui em salas de projeção das capitais, Jobim, e sempre e para muitos, popular bossa nova enchendo os corações juvenis de poesia, sutileza, como algo surreal...Fervilhavam as redações dos jornais e folhetins, e as máquinas de escrever dos poetas, e os corações partidos ao fim de um amor de carnaval, num baile mascarados mais por charme, esconde-esconde macio a embalar o nascimento de intensas paixões. Transeuntes desapressados a dialogar coisas do dia a dia, com vocabulário desprovido de gírias chulas, ou qualquer tipo de artefato constrangedor –Pudor!- Sim, mais pudor, mais receios, mais olhares paternos a desaprovar as gafes das crianças diante das visitas na sala de estar, mais noites lindas cobertas de estrelas...
Não, não é saudosismo, ao menos acho que não, até porque não vivi essa época, os anos dourados, os anos “preto-e-branco” cheios de cor que se desbotaram ao passar das ditaduras e seus mentores. Turbilhão, velocidade, o mundo dividido, socialistas e capitalistas, muita informação, alta tecnologia, aberrações em profusão, competição é o lema, não confie em ninguém, não saia à noite, rock and roll mal criado, desbocado e barulhento...Turbilhão gente, e só resta aquela imaginação do que um dia foram as culturas de massa, ditando comportamentos, alimentando sonhos e amores pra vida toda,
Acho que por isso Jobim sempre me emocionou, e hoje ouço com calma e deleite as canções do Bublé, porque musica é espelho, e alguns belos vãos da minha pobre alma se olham nessas canções e sorriem com leveza...Há dois dias atrás via o telejornal com minha mãe e ao noticiarem o falecimento de Robert Altman ela me fala: “- Parece que as pessoas geniais estão morrendo e só restando porcaria no mundo, só gente vazia...”. Quase concordei com ela, porque o que ela disse é uma verdade parcial, mas repliquei; “Ah, não é tão assim também, sempre surgem pessoas geniais, pessoas grandes, com alma nesse mundo, é um ciclo que se renova...” O mundo perdeu o inesquecível Sinatra e anos mais tarde ganhou o jovem e talentoso Bublé !”... um ciclo que se renova”.
Talvez o amor era visto como de fato ele é, as modinhas no rádio, a fase áurea de Hollywood encantando nós aqui em salas de projeção das capitais, Jobim, e sempre e para muitos, popular bossa nova enchendo os corações juvenis de poesia, sutileza, como algo surreal...Fervilhavam as redações dos jornais e folhetins, e as máquinas de escrever dos poetas, e os corações partidos ao fim de um amor de carnaval, num baile mascarados mais por charme, esconde-esconde macio a embalar o nascimento de intensas paixões. Transeuntes desapressados a dialogar coisas do dia a dia, com vocabulário desprovido de gírias chulas, ou qualquer tipo de artefato constrangedor –Pudor!- Sim, mais pudor, mais receios, mais olhares paternos a desaprovar as gafes das crianças diante das visitas na sala de estar, mais noites lindas cobertas de estrelas...
Não, não é saudosismo, ao menos acho que não, até porque não vivi essa época, os anos dourados, os anos “preto-e-branco” cheios de cor que se desbotaram ao passar das ditaduras e seus mentores. Turbilhão, velocidade, o mundo dividido, socialistas e capitalistas, muita informação, alta tecnologia, aberrações em profusão, competição é o lema, não confie em ninguém, não saia à noite, rock and roll mal criado, desbocado e barulhento...Turbilhão gente, e só resta aquela imaginação do que um dia foram as culturas de massa, ditando comportamentos, alimentando sonhos e amores pra vida toda,
Acho que por isso Jobim sempre me emocionou, e hoje ouço com calma e deleite as canções do Bublé, porque musica é espelho, e alguns belos vãos da minha pobre alma se olham nessas canções e sorriem com leveza...Há dois dias atrás via o telejornal com minha mãe e ao noticiarem o falecimento de Robert Altman ela me fala: “- Parece que as pessoas geniais estão morrendo e só restando porcaria no mundo, só gente vazia...”. Quase concordei com ela, porque o que ela disse é uma verdade parcial, mas repliquei; “Ah, não é tão assim também, sempre surgem pessoas geniais, pessoas grandes, com alma nesse mundo, é um ciclo que se renova...” O mundo perdeu o inesquecível Sinatra e anos mais tarde ganhou o jovem e talentoso Bublé !”... um ciclo que se renova”.